quinta-feira, 9 de junho de 2011

Saúde em primeiro lugar…

A saúde é uma das áreas sociais de maior importância, utilidade e necessidade dos seres humanos. Seus serviços envolvem a vida humana e nada pode ser mais pertinente ao homem do que viver.
Uma área que emprega e envolve o profissionalismo de milhões de pessoas pelo mundo todo. Pessoas trabalham em saúde de forma direta ou indireta, seja na prestação de serviços em hospitais, no desenvolvimento e venda de remédios, alimentos e suplementos, ou ainda mais indiretamente em algum outro tipo de prestação de serviço terceirizado.
Olharmos para a saúde no Brasil sempre foi preocupante, mas o descaso com a vida humana em alguns serviços públicos é estarrecedor e nos deixa boquiabertos. Desprezam completamente a vida humana. Qualquer indivíduo com equilíbrio mental vela por sua vida, evitando com todas as forças que lhe são cabíveis a morte. Curioso, que esta preocupação parece não fazer parte de algumas instituições do ramo da saúde no Brasil. Vejo insanidades que às vezes me fazem imaginar que não estamos em um mundo de homens, mas de animais. Não encare isto apenas como um desabafo, mas como uma realidade a cada dia mais presente em nossas vidas.
Sejam os hospitais privados e sua ganância capitalista por lucro e dinheiro, ou os hospitais públicos e sua falta de serviços de qualidade, ou ainda, a briga e incompatibilidade política na prestação dos serviços em muitas cidades.
Minha crítica aqui não é diretamente aos profissionais médicos e enfermeiros de uma forma geral, até porque muitos de nós acabamos nos vendo forçados a certas práticas ditadas e forçadas pelas instituições das quais pertencemos. Aliás, um importante teórico deste século, chamado Michael Foucault, estudou as relações de poder existentes na grande maioria das instituições em nossas sociedades e acabou revelando importantes indícios de como existe um poder intrínseco e incontrolável que permeia os sentidos das relações dos homens com estas instituições.
Voltando a falar a respeito da saúde ao nosso redor, verificamos claramente que virou pura mercadoria comercializável onde quem tem o dinheiro recebe bom atendimento, quem não tem está fadado a um purgatório sem fim.
Fora estas situações, inúmeras iniciativas de cunho político e burocrático são tomados, fazendo a população muitas vezes parecer uma bolinha de ping-pong jogada de um lado para o outro. O mais curioso é que nem parece ser a saúde, a mais delicada e imprescindível das dádivas do homem estar em jogo. 
A pessoa vai a um hospital, não pode ser atendida porque não mora naquela cidade, a outra, já em situação crítica faz o exame e deve aguardar em casa os resultados. Se morrer, pouco importa. Nem parece que estamos falando de um país civilizado e humanista. A constituição, por exemplo, defende direitos de saúde a todos os cidadãos deste país. Mas onde estão estes direitos? Onde está nosso progresso tão pregado em nossa bandeira? Onde está nossa capacidade de tratar o outro como ser humano e não como um cachorro que simplesmente morre e se enterra?
Enquanto o objetivo máximo da saúde continuar sendo o dinheiro e suas burocracias, estaremos perdidos.

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